sábado, 19 de janeiro de 2013

E desse vídeo, o que achar? Lembrando que a empresa que está associada ao nome do projeto tem recebido sérias acusações: http://oglobo.globo.com/ciencia/mineradora-ameaca-patrimonio-pre-historico-na-amazonia-7083168

http://youtu.be/OzQSRPyVhJs


5 comentários:

  1. O site da iniciativa é esse:

    http://www.fundacaovale.org/pt-br/multimidia/Paginas/vale-musica-igor-luan.aspx?Pagina=0

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  2. Projetos sociais/artísticos/culturais/educacionais financiados por grandes empresas são comuns e são, pra mim, expressão da auto-indulgência delas. Como se estivessem compensando as besteiras que frequentemente fazem, como esse exemplo da notícia.
    Por outro lado esses projetos têm sim seu valor, a partir do momento que possibilitam experiências, por exemplo musicais, para essas crianças, que de outra forma talvez nunca acontecessem. É claro que isso expõe outro problema, que é a falta de investimento público nessas áreas, abrindo essas brechas para o investimento privado.
    Isso, por sua vez, arrisco dizer, é sintoma do paradigma neoliberal que vem discretamente tomando conta do país (e do mundo), mesmo durante as recentes gestões de esquerda. Assim, da mesma forma que instituições públicas vão sendo privatizadas (um exemplo atual e bem próximo é o caso do Hospital Universitário e a EBSERH), a cultura e a educação também estão sendo "privatizadas". E claro, passam a funcionar em função de interesses econômicos.
    Voltando ao assunto inicial, acho que, apesar de tudo, esse tiro pode sair pela culatra: tais projetos envolvem profissionais que não têm necessariamente nenhuma relação ideológica com seus patrões (suponho que a regente do Vale Música não esteja realmente preocupada em limpar a imagem da Vale ou que os professores da Fundação Bradesco não estejam realmente interessados em formar funcionários pro banco Bradesco), logo, é possível alertar e expor as pessoas envolvidas, da forma que for mais conveniente, sobre os reais interesses dessas empresas com esses projetos, desde que esses profissionais (regentes, professores, etc) por sua vez, tenham consciência disso (e da necessidade de se expor isso). Enfim, é possível educar essas crianças e jovens integrantes desses projetos/fundações na contra-mão do que as empresas financiadoras pretendem.
    Combater essa tendência “lucrativista” de mega-empresas e bancos de outra forma senão através da (re-)educação (de adultos e jovens), me parece uma missão impossível.

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    1. Não vejo como o tiro pode sair pela culatra nesses espaços de ensino. Imagino que se um professor nesse contexto resolve transformar a sua aula em um momento dedicado ao desenvolvimento do pensamento crítico com os alunos sobre a conjuntura em que vivemos e sobre as próprias práticas musicais e de ensino da qual participam, esse professor logo será demitido e logo entrará outro em seu lugar para cumprir o que é ditado pelos dirigentes desse tipo de espaço de ensino.

      Mas digamos que houvesse mais investimento público nesses espaços de ensino; será que os objetivos e resultados não seriam os mesmos, ou muito semelhantes àqueles trabalhados pelas empresas?

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  3. "esse professor logo será demitido e logo entrará outro em seu lugar para cumprir o que é ditado pelos dirigentes desse tipo de espaço de ensino."
    Não necessariamente. Às vezes, como em "Inception", só é necessário que se plante uma sementinha de questionamento crítico na cabeça de um jovem. Atitudes simples como essa são praticamente "irrastreáveis". E apesar de serem simples, se feitas em massa podem ter resultados significativos. (E mesmo no caso da demissão, o próprio exemplo de abdicar de um emprego em função dos seus ideais pode marcar o jovem. Que melhor forma de educar senão através do exemplo?)

    "será que os objetivos e resultados não seriam os mesmos, ou muito semelhantes àqueles trabalhados pelas empresas?"
    É bem possível, mas só o fato de estar havendo investimento (e consequentemente controle) público, já é um passo na contramão da lógica privativista neoliberal. E além do mais, o controle estatal é minimamente democrático (ao contrário do privado), o que possibilita as atitudes de reeducação já mencionadas com mais facilidade...

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    1. Trabalhei em projeto social como coordenadora e 6 meses foi o suficiente pra eu desistir porque vi como realmente é. E o projeto tinha apoio publico e privado. Os professores tem conviccoes politicas e apoiam sim a nossa causa da educação. Mas a direção quer dinheiro e exibir os patrocinadores pra ganhar mais dinheiro (e desviar, e lavar tbm). Dessa forma, exploram os professores E os alunos!!! Como foi o caso!
      O que essas crianças estão tocando?? eu vivi vários casos parecidos... enquanto o professor dizia: "os alunos não estão prontos pra tocar..." o chefe fala: "tem quem mostrar, o patrocinador tem que ver resoltado".. e paga mal, e não se interessa em melhorar, vive disso. vive de apresentação, e não de ensinar música. é exploração.
      E não, eu não sou o unico exemplo...

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